Epilepsia

Portadores de epilepsia sofrem com o estigma, o preconceito, a vergonha e o medo do desconhecido. A epilepsia é uma doença cerebral caracterizada por convulsões, que vão desde as quase imperceptíveis até aquelas graves e freqüentes.

As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.

A EPILEPSIA ESSENCIAL é especificamente caracterizada como afecção da alma: O ataque epiléptico, quando desconhecida a causa, é definido por Áulus para André Luiz (Mecanismos da Mediunidade, cap. 9, psicografia de F.C. Xavier) como derivado de “POSSESSÃO COMPLETA ou EPILEPSIA ESSENCIAL”, provocado por um envolvimento do córtex cerebral do paciente pelo agente (obsessor), que procede a um “bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica”, desorganizando os centros motores daquele, empastando o cerebelo dele com fluidos deletérios.

Ou seja: o envolvimento do agente (obsessor, desencarnado) com o obsidiado (paciente encarnado) deriva de um “TRANSE MEDIÚNICO DE BAIXO TEOR”. Procede da “associação de duas mentes desequilibradas, que se prendem às teias do ódio recíproco” deixando no corpo perispirítico lesões (provisórias) nos centros mais importantes.

Para arrematar, identificando grande parte da doença (tirando causas imediatas, tais como traumas) com origens de processos de influenciação espiritual, como verdadeira afecção da alma, ouçamos André Luiz (Evolução Em Dois Mundos, cap. XIV, valendo a pena ler o caso concreto ali narrado!) quando deixa claro que as interferências obsessivas “se expressam igualmente nas moléstias nervosas complexas, como a hístero-epilepsia, em que o paciente sofre o espasmo tônico em opistótono, acompanhado de convulsões clônicas de feição múltipla, às vezes sem qualquer perda, equivalendo a transe mediúnico autêntico, no qual a personalidade invisível se aproveita dos estados emotivos mais intensos para acentuar a própria influenciação.”

Daí porque o Espiritismo – que cuida eficazmente das doenças da alma, identificando os processos obsessivos – tem tanto êxito no tratamento desse mal.

Importante voltar a ler Kardec, no Livro dos Espíritos: questão 370. Da influência dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento dos do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais?

“Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos.”

Um relato colhido em No Mundo Maior, de André Luiz, no cap 8: “A proporção que me esforço no conhecimento das verdades divinas, cooperando com a minha própria vontade no terreno da aplicação prática das lições recebidas, sinto que passo cada vez melhor, que me reforço intimamente, recuperando a saúde perdida. Reconheço também que, em me desinteressando da edificação espiritual, distraído da minha necessidade de elevação, voltam as perturbações com intensidade. Nessas fases nocivas, desperto alta noite com os membros cansados e doloridos, e assaltam-me evidentes sinais das convulsões, deixando-me longos momentos sem sentido…” “… mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo, como sejam as que procedem de golpes na cabeça — elucidou o Assistente, cortando-me a observação reticenciosa —, e, geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico, que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas. Longe vai o tempo em que a vazão admitia o paraíso ou o purgatório como simples regiões exteriores: céu e inferno, em essência, são estados conscienciais; e, se alguém agiu contra a Lei, ver-se-á dentro de si mesmo em processo retificador, tanto tempo quanto seja necessário. Ante a realidade, portanto, somos compelidos a concluir que, se existem múltiplas enfermidades para as desarmonias do corpo, outras inúmeras há para os desvios da alma.

Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.

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